A simulação foi o encerramento de treinamento ministrado por equipe especializada do Exército
O Comando Operacional Conjunto Marajoara promoveu uma simulação de ataque químico, biológico ou nuclear com as Forças Armadas e de saúde na manhã desta sexta-feira (08), no 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS), na avenida Almirante Barroso, em Belém. A simulação foi o encerramento de treinamento ministrado pelo setor de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) do Exército.
A capacitação contou com a participação de agentes da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESPA), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e de militares do Exército, de Belém e de Marabá, da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira. O comando operacional foi criado pelo Ministério da Defesa para integrar tropas das Forças Armadas na COP 30, em Belém.
“Essa capacitação específica das forças armadas que também integra os seus esforços com a Secretaria de Saúde do Estado, do Samu, tem por objetivo melhorar a capacitação dos militares das forças armadas no trato com esse tipo de incidente, o que foi apresentado nesta grande simulação de hoje”, explicou o General do Exército Júlio Cesar Nagy, chefe do Centro de Coordenação de Operações do CMN (CCOP/CMN).
De acordo com o general, as capacitações seguem até outubro para que as forças de segurança e saúde estejam preparadas para a COP em novembro. “Têm grupos de militares que receberão essa capacitação em diversos níveis especializados. Ela prossegue até o mês de outubro para entrar no estado de prontidão com defesa antiaérea, guerra eletrônica, defesa cibernética, segurança de infraestrutura críticas, operações especiais, e apresentando as capacidades de defesa nacional”, complementou.
A simulação mostrou uma emergência sanitária com agente químico, na qual foram apresentados os procedimentos, os materiais e as coordenações necessárias para lidar com incidentes desta natureza. Em um cenário de contaminação simulado, o cenário foi dividido em três espaços. Primeiramente as vítimas passam pela triagem e descontaminação pelos militares, antes de serem socorridas pelos agentes de saúde e levados a algum hospital de referência.
Este segundo módulo está sendo realizado entre os dias 4 e 8 de agosto e visa atualizar e padronizar os conhecimentos para a atuação em DQBRN no âmbito das Operações Conjuntas e Interagências, no contexto da COP 30, na qual o Comando Conjunto Marajoara coordena as ações de segurança e defesa. O primeiro módulo da capacitação ocorreu no 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas entre os dias 15 e 16 de julho.
Para o diretor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), José Guataçara, participar do treinamento com as equipes de socorristas é fundamental para que todos saibam os espaços onde irão atuar em um caso de atentado. “Nós não temos essa experiência. A gente agradece o Exército por ter nos convidado para participar até para sabermos a nossa localização no dia de uma situação dessa. As pessoas têm aquela ideia que a gente está sendo treinado para irmos lá para a área quente, mas nós só podemos fazer nossa parte depois que o paciente for descontaminado”, explica.
A ideia é que os paramédicos, que também estarão com roupas e equipamentos especiais, não se contaminem ao entrar na área da ocorrência. “Os pacientes entram na nossa área para serem atendidos por uma equipe nossa que está com um vestuário específico”, complementou. Dentro do espaço do Samu também há divisões como a zona verde, amarelo, vermelho e cinza. As equipes da Sespa ficarão na retaguarda no direcionamento das possíveis vítimas para os hospitais de referência dependendo dos casos.
O treinamento foi feito pela equipe de instrução especializada do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN), do Exército Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro. A equipe tem a expertise em atuação em grandes eventos já realizados em outras regiões do país, tais como as reuniões do BRICS e do G2O.
“O agente químico é uma arma não convencional que é utilizada e vai causar efeitos no corpo humano, com incapacitação, sufocamento, inabilidade das sinapses dos neurônios, e inabilidade do sangue fazer a troca gasosa do sangue”, detalha o tenente Alessandro Ferreira, do 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército.
Fonte: O Liberal