Sábado, 26 de julho de 2025

Lula volta a defender alta do IOF e afirma: “Não dá pra ceder toda hora”

Lula volta a defender alta do IOF e afirma: “Não dá pra ceder toda hora”

Presidente disse que aumento do imposto busca evitar cortes em áreas como saúde, educação e obras públicas

Por Vanilson Oliveira

A defesa pública do presidente ocorre em meio à forte resistência no Congresso Nacional. Na última segunda-feira (17/6), a Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, a tramitação de um projeto que visa derrubar os efeitos do decreto que elevou o IOF – (crédito: Reprodução/ Redes sociais)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) proposto pelo Ministério da Fazenda. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast Mano a Mano, conduzido pelo rapper Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira, gravada no último domingo (15/6) e publicada na madrugada desta quinta-feira (19/6). Segundo Lula, a medida é fundamental para garantir equilíbrio fiscal e assegurar investimentos em áreas sociais.

O presidente explicou que a elevação do imposto é necessária para evitar cortes no orçamento destinados a saúde, educação e obras públicas. “Porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, a gente tem que cortar no Orçamento. Então, se eu tiver que cortar R$ 40 bilhões em obras, saúde e educação, o IOF é para fazer essa compensação. Essa briga nós temos que fazer, não dá para a gente ceder toda hora”, declarou. Lula destacou ainda que a proposta busca fazer justiça fiscal, atingindo setores altamente lucrativos que hoje pagam pouco imposto, como as plataformas de apostas on-line e as fintechs.

A defesa pública do presidente ocorre em meio à forte resistência no Congresso Nacional. Na última segunda-feira (17/6), a Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, a tramitação de um projeto que visa derrubar os efeitos do decreto que elevou o IOF. A votação do mérito ainda não tem data, mas a movimentação já representa uma derrota política para o governo, que enfrenta críticas até de parlamentares da base aliada.

Desde o anúncio da medida, em 22 de maio, o governo precisou editar três decretos diferentes para tentar conter a reação do mercado e dos congressistas. O primeiro aumentava a alíquota sobre diversas operações financeiras, mas foi parcialmente revogado no mesmo dia, retirando a taxação sobre remessas de fundos ao exterior. Na última quarta-feira (18/6), um novo decreto recalibrou os percentuais, reduzindo a expectativa de arrecadação de R$ 19,1 bilhões para algo entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões.

Durante a entrevista, Lula reforçou que o governo não pode ceder às pressões dos setores econômicos mais poderosos. “As bets pagam 12%, nós queremos que paguem 18%. Eles ganham bilhões e bilhões. Não querem pagar. As fintechs, hoje, são quase que uns bancos, não querem pagar. Então essa briga nós temos que fazer, gente, não dá para a gente ceder toda hora”, concluiu o presidente.

 

 

Fonte: Correio Braziliense