Estudo mapeia riscos em 37 bairros e sugere intervenções com base em dados científicos

Belém possui 301 setores com risco de inundação e 88 áreas vulneráveis à erosão, principalmente nas regiões insulares como Combu, Cotijuba, Mosqueiro e Outeiro. Os dados são resultado do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que será apresentado ao público nesta quarta-feira (18), durante audiência coordenada pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

O plano traz um raio-X dos principais perigos geohidrológicos da capital paraense e propõe medidas concretas de prevenção e adaptação, desde obras de drenagem até ações educativas para escolas e comunidades.

A seguir, os principais pontos:

Riscos identificados em Belém

  • 301 setores mapeados com risco de inundação
  • 88 áreas com risco de erosão costeira

As ameaças foram classificadas como médio, alto e muito alto risco

Cinco bairros foram definidos como prioritários para receber intervenções estruturais:

  • Tapanã
  • Curió-Utinga
  • Paracuri
  • Terra Firme
  • São João do Outeiro

Coordenadora do plano, professora Milena Andrade — Foto: UFRA/Ascom

Coordenadora do plano, professora Milena Andrade — Foto: UFRA/Ascom

Por que Belém é tão vulnerável a inundações?

Segundo a coordenadora do plano, professora Milena Andrade, fatores históricos e climáticos se somam para ampliar os riscos:

  • A cidade está situada em uma área de baixa altitude (0 a 4 metros)
  • Existem 14 bacias hidrográficas, muitas delas aterradas com ocupações desordenadas
  • A infraestrutura precária e a presença de habitações informais aumentam a vulnerabilidade
  • A combinação de chuvas intensas do “inverno amazônico” e marés altas agrava as inundações

“Mesmo antes das mudanças climáticas, esses riscos já eram críticos. O PMRR é um instrumento essencial para a cidade planejar, agir e criar uma cultura de prevenção”, reforça a professora.

🏗️ Soluções propostas pelo plano

O PMRR apresenta um conjunto de intervenções que podem ser realizadas pelo poder público:

  • Obras de micro e macrodrenagem
  • Limpeza e canalização de canais
  • Dragagem e recomposição vegetal
  • Manutenção de estruturas já existentes, como sistemas de macrodrenagem
  • Materiais educativos como cartilhas e glossários voltados a escolas e comunidades
  • Precificação das obras baseada em dados do SINAPI (Caixa Econômica Federal)

 

“A limpeza periódica das estruturas é tão importante quanto a construção. Isso precisa estar na agenda do município”, destaca a coordenadora do plano.

🛠️ Próximos passos

Após a audiência pública, o plano será encaminhado para a Defesa Civil de Belém, e poderá ser usado como base para captação de recursos, planejamento urbano e ações emergenciais.

Além de Belém, somente Manaus também conta com um PMRR na região Norte. O projeto é parte de uma iniciativa nacional com 20 cidades brasileiras e conta com apoio do Ministério das Cidades, Fiocruz, Defesa Civil, universidades e lideranças comunitárias.

📢 Serviço: Audiência Pública do PMRR Belém

📍 Local: Auditório da Biblioteca Central da Ufra – Campus Belém
📅 Data: Quarta-feira, 18 de junho
⏰ Horário: 8h às 13h

Programação:

  • 8h | Credenciamento e acolhimento
  • 8h30 | Mesa de abertura com representantes da prefeitura, Defesa Civil, Ufra e Ministério das Cidades
  • 9h30 | Lançamento de vídeo e cartilhas de educação para redução de riscos
  • 9h45 | Apresentação dos resultados do PMRR
  • 10h45 | Intervalo (coffee break)
  • 11h | Audiência pública com participação da comunidade
  • 12h45 | Encerramento

 

📚 Durante o evento, serão distribuídos materiais educativos sobre prevenção de riscos.

Fonte: G1 Pará – Belem